Os pequenos não precisam ficar de fora da diversão
gastronômica desta data tão típica. Com alguns cuidados e as comidinhas certas,
as crianças vão curtir tanto quanto os adultos.
Para crianças de 6 meses até 1 ano, é possível criar
papinhas usando ingredientes típicos dessa época. “Todos trazem algum tipo de
benefício”, diz a nutricionista Karine Durães, criadora do site Nutricionista
Infantil. “O peru, por exemplo, tem triptofano, aminoácido precursor da
serotonina, substância que age no cérebro, promovendo bem-estar e sono
profundo. O peito do chester é rico em proteína e fácil de usar em sopinhas”,
sugere. Atenção apenas com os temperos. É melhor usar as carnes sem gorduras e
antes de estarem prontas para os adultos. E por conta de alergias, prefira
deixar o bacalhau para depois de um ano. O arroz com frutas cristalizadas é
supernutritivo, fonte de carboidrato e geralmente cai no gosto dos bebês.
Outra dica é priorizar as frutas da época. O damasco, usado
em papinhas doces, é fonte de ferro e fibras, e a uva passa garante o consumo
de potássio. Aproveite o Natal para apresentar novidades que aparecem na mesa
da ceia, como cereja, lichia e ameixa. “Já é de nossa cultura montar aquela
linda mesa de frutas. Isso pode virar uma saladinha ou sucos incríveis!”, diz
Melissa Lippe, nutricionista infantil do site Renutrir.
Quando a criança tem entre 1 e 2 anos, você já pode
introduzir as castanhas, as nozes e oleaginosas em geral. “Elas são ricas em
vitamina E, gordura boa, minerais como selênio, que auxiliam no desenvolvimento
cognitivo da criança, e garantem uma boa dose de energia”, explica Karine. Mas,
só ofereça se a criança não tiver nenhum histórico de alergia e cuidado
redobrado com engasgos! Nessa fase a garotada também pode experimentar pequenas
porções dos doces típicos, mas prefira algo bem leve, como a mousses. As frutas
secas também são ótimas fontes de fibras, vitaminas e minerais.
A partir dos dois anos, a criança já pode comer de tudo, mas
não esqueça de montar um prato equilibrado, com todos os grupos alimentares.
Evite carnes cruas ou mal passadas, assim como a maionese caseira, para evitar
risco de contaminação alimentar e temperos muito fortes.
Bebês de 6 meses a 1 ano, por exemplo, não devem comer
açúcar. “Trata-se de uma caloria vazia, sem nutrientes, e seu consumo precoce
está ligado ao do desenvolvimento de doenças crônicas como o diabete, além de
atrapalhar a educação alimentar da criança, que possivelmente preferirá esse
sabor em detrimento dos demais”, explica a nutricionista Karine. Excesso de
sódio, como em receitas com bacalhau, embutidos ou sementes oleaginosas
salgadas, também devem ser ignoradas por essa faixa etária, com o risco de
sobrecarregar o rim da criança. Depois de um ano, o maior cuidado é com as
frituras, não só pelo excesso de calorias, mas Também para evitar o risco de
dor abdominal ou azia na criança.
E como montar um prato saudável para a criança no
Natal? É fácil. Siga o seguinte esquema: uma fonte de carboidrato, como arroz,
batata, farofa, mandioca; uma fonte de legumes, como cenoura, chuchu, abobrinha
ou um pouco de salpicão (com cenoura e salsão); uma fonte de verduras,
como folhas verdes; uma fonte de proteína, como peru, chester, lombo; uma fonte
de leguminosa, como lentilha. De sobremesa, uma fruta ou uma porção pequena de
outros doces, se a criança for maior do que 1 ano.
Alguns exemplos de pratos: arroz com grãos ou com
algum vegetal, os legumes do salpicão (feitos separados para a criança, sem a
adição da maionese), uma carne desfiadinha (o peru ou chester, que costumam ser
menos gordurosos e condimentados que o pernil e o lombo), frutas cristalizadas
(para os maiores), uma farofinha leve (sem bacon) e muitas frutas e sucos.
“Os bebês de até 1 ano podem saborear um arroz
empapado, os vegetais bem molinhos e amassados com garfo e o peru desfiado”,
sugere a nutricionista Daniela Cyrulin, do site Nutri & Consult.
Os pequenos também precisam evitar exageros com os doces! Segundo
os especialistas, crianças abaixo de 1 ano não devem consumir açúcar. Para
elas, ofereça as frutas da época em forma de papinhas ou sucos. Após 1 ano, já
podemos oferecer uma pequena porção de sobremesa, mas nada muito elaborado. E
prefira os doces feitos à base de frutas. “O consumo de açúcar na infância deve
ser controlado não só por uma questão de prevenção da obesidade infantil,
cáries e diabete, mas também por uma questão de consciência alimentar mais
saudável. A educação nutricional se bem feita desde a primeira infância, trará
frutos duradouros”, diz a nutricionista Melissa.
Mesmo o Natal sendo uma data festiva, criança é criança e
sente fome! O dia já será cheio de excitações pelos presentes e amigos em casa
e ninguém vai querer somar a falta de comida a isso e acabar com uma criança
faminta e irritada. O melhor é organizar os horários e fazer uma pequena
refeição antes do horário previsto para a ceia, à meia-noite. Cuidado para que
a garotada não fique beliscando o tempo todo e acabe sem apetite no jantar. E
use o bom senso. Se a garotada comer bem nesse lanche, a ceia provavelmente
será menor.
Via Bebe.abril
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