Quem leu a primeira edição da Petit Polá deve se lembrar da
nossa matéria de capa falando sobre a introdução de duas novas vacinas no
calendário infantil! Hoje, o assunto foi destaque no site do programa Bem
Estar, da Rede Globo. Confira:
Saúde aplicará duas
novas vacinas a menores de 5 anos a partir de sábado
Dose contra cinco doenças e injeção de pólio serão incluídas
no país.
Campanha vai até dia 24 e também dará vitamina A nos locais mais pobres.
O
Ministério da Saúde anunciou nesta terça-feira (14), em Brasília, a inclusão de
duas novas vacinas no calendário oficial, para crianças menores de 5 anos.
Uma
campanha será realizada em todo o país entre os dias 18 e 24 e pretende
alcançar 14,1 milhões de crianças com até 4 anos, 11 meses e 29 dias. O dia de
maior mobilização, chamado "Dia D", ocorre neste sábado (18), em 34
mil postos fixos – além de outros móveis, em escolas e parques –, e terá o
envolvimento de mais de 350 mil profissionais da saúde e 42 mil veículos.
As duas novas doses oferecidas são a pentavalente (contra difteria, tétano,
coqueluche, hepatite B, e meningite e outras doenças bacterianas) – que até
então era oferecida em duas vacinas separadas – e a inativada contra
poliomielite, que não conterá mais o vírus "vivo" e passará a ser
aplicada por meio de injeção.
A Vacina Inativada Poliomielite (VIP) se destinará a bebês de 2 e 4 meses de
idade, e as famosas gotinhas serão usadas nos reforços, aos 6 e aos 15 meses.
Mesmo quem já tiver se imunizado, mas ainda estiver dentro da faixa até 5 anos,
deve comparecer à rede pública acompanhado dos pais ou responsáveis.
Uma das vantagens da injeção é que ela acaba com o risco de uma paralisia
infantil causada como consequência da dose oral. Esse efeito colateral, porém,
é raro: um caso em cada quatro milhões.
A introdução da VIP vem sendo feita em países que já eliminaram a pólio. A
Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), no entanto, recomenda que as nações
da região continuem aplicando as gotinhas, com o vírus atenuado, até a
erradicação mundial da paralisia.
O vírus da poliomielite ainda circula em 25 países. Para se manter livre, o
Brasil vai usar simultaneamente as duas vacinas (oral e injetável) e aproveitar
as vantagens de cada uma.
Nesta campanha, serão empregados R$ 18,6 milhões do Fundo Nacional de Saúde,
que serão repassados aos estados e municípios. Ao todo, foram adquiridas mais
de oito milhões de doses e, na primeira remessa, serão enviadas 726 mil para
abastecer todo o território.
Primeiro x segundo semestre
O ministro Alexandre Padilha falou em coletiva de imprensa na manhã desta terça
que o calendário nacional de vacinação se dividirá em dois: um para o primeiro
semestre e o outro para o segundo.
Nos primeiros meses do ano, o foco será a vacinação oral contra a pólio,
para proteger individualmente cada criança e, ao ser expelida no ambiente (na
água, por exemplo), ajudar a conter o vírus selvagem, que ainda está presente
em países como Nigéria, Afeganistão e Paquistão.
"Enquanto houver uma situação endêmica de pólio, o Brasil vai manter a
orientação de uma forte campanha", disse Padilha.
No segundo semestre, em vez de ser aplicada uma segunda gotinha, o governo
pretende atualizar o calendário vacinal. A meta será checar se a caderneta das
crianças está ou não em dia.
Da pentavalente para a heptavalente
Padilha ressaltou que a vacina pentavalente tem o benefício de reduzir o número
de picadas nos pequenos.
Além disso, por ser fabricada por meio de uma parceria entre o Instituto
Butantan, em São Paulo, e o laboratório Bio-Manguinhos, da Fundação Oswaldo
Cruz, no Rio de Janeiro, a dose deve fortalecer a produção nacional.
"A vacina inativada já era usada para situações muito especificas de
imunossupressão (deficiência do sistema imunológico), e agora vai para as
crianças que ainda não começaram o esquema de vacinação da pólio. A injeção é
indicada para o início da proteção contra a paralisia, até os 4 meses de vida,
que é o período de maior risco", disse Padilha.
O ministro informou que o próximo passo é produzir uma vacina heptavalente,
um projeto entre Butantan, Bio-Manguinhos e a Fundação Ezequiel Dias (Funed),
de Minas Gerais, o que deve levar quatro ou cinco anos.
"O Brasil tem condições de fabricar vacinas de interesse para o país e
disputar o mercado externo, em parceria com a OMS (Organização Mundial da
Saúde) e a OPAS. Hoje, já exportamos doses de febre amarela, BCG (tuberculose),
sarampo e rotavírus", ressaltou.
Vitamina A
Além da campanha nacional de vacinação, com a introdução de duas novas doses no
calendário, o Ministério da Saúde anunciou nesta terça a suplementação
nutricional de vitamina A, por via oral, que será feita em crianças entre 6
meses e 5 anos de idade, em 2.434 municípios das regiões Norte, Nordeste e nos
vales do Jequitinhonha e Mucuri, em Minas Gerais.
A ação faz parte do programa federal "Brasil Carinhoso", e a meta
é reduzir as mortes e internações por doenças infecciosas. Além disso, a
vitamina melhora a visão e o desenvolvimento cognitivo.
"A OMS indica uma dose a cada seis meses para crianças de até 5 anos em
lugares onde haja uma falta endêmica de vitamina A. Essa carência está
relacionada a diarreias, doenças respiratórias e infecções", enumerou
Padilha.
A gotinha de vitamina A será aplicada no mesmo período de vacinação, de 18 a
24 de agosto, e deve continuar nos postos de saúde depois. A expectativa é
atingir 7,8 milhões de crianças nos municípios que já integram o programa
"Brasil sem Miséria", onde há uma maior concentração de pobreza.
Nas demais regiões do país, a suplementação será feita no decorrer deste
segundo semestre, nas Unidades Básicas de Saúde, e deve atingir 3.034
municípios em todos os estados, incluindo 34 distritos indígenas.
Com informações G1