quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

A escolha da escola perfeita

Muito prazer. Eu sou Tatiana Clébicar, carioca, jornalista, casada, mãe de duas mocinhas de 5 e (quase) 7 anos. A convite de Marcella Pinto, passo a dividir com vocês algumas ideias sobre maternidade no blog da Petit Polá. Vou ficar feliz em receber seus comentários e sugestões aqui neste espaço. Fiquem à vontade.

Para iniciar o ano e os trabalhos (e tentar ganhar a atenção de vocês), elegi um assunto que não chega a ser polêmico, mas dá muito pano para manga: a escolha da escola perfeita. Perfeita? Isso não existe, dirá alguém aí do outro lado, com toda a convicção. Discordo.Não só acho que exista como conheço algumas. Escola perfeita é a que faz a sua criança se desenvolver e onde ela é feliz. Isso não significa que a minha escola perfeita – ou das minhas filhas, perdão – seja sequer razoável para você ou para o seu filho, naturalmente. 

São muitas as variáveis que a família tem de equacionar para chamar um colégio de seu. Mas há pouco tempo li num livro, que recomendo fortemente a quem anda às voltas com o tema, a síntese do que penso e busco em relação à educação formal das minhas filhas: “O que é fundador no ofício de aprender é da ordem da ética”. A frase, atribuída a Sócrates, é citada pela pedagoga Lílian Anna Wachowicz em “Pedagogia mediadora” (Ed. Vozes).  Embora pareça óbvio que ética seja um item indispensável ao currículo de qualquer instituição de ensino, como valor e não necessariamente como disciplina, se fizermos uma retrospectiva das reportagens publicadas nos principais jornais e revistas do país no ano que terminou, encontraremos uma série de notícias lamentáveis – algumas trágicas mesmo – envolvendo educação. Não falo das agruras por que passam escolas públicas Brasil afora, apesar de isto também ser da ordem da ética. Refiro-me às incontáveis matérias estampadas nas primeiras páginas tratando do aumento dos casos de bullying, depressão e outros problemas que vêm se transformando em questões de saúde pública. Algumas dessas notícias aconteceram dentro das mais tradicionais escolas do país. E isso, penso eu, é da ordem da ética. E ética na escola tem a ver com o respeito à singularidade ao mesmo tempo em que se valorizam as construções coletivas, tem a ver com cooperação e não com competição, tem a ver com a construção de processos e não com resultados.  

Porque escolher uma escola é muito mais do que escolher uma posição num ranking, muito mais do que escolher uma metodologia de ensino e de alfabetização. Escolher uma escola é escolher os óculos através dos quais nossos filhos vão enxergar o mundo, é escolher o lugar onde passarão seus dias, é escolher de quem serão os sorrisos e os colinhos que os acolherão, é escolher seus melhores amigos, seus primeiros amores. Escolher a escola é, em certa medida, escolher as lembranças que ficarão impressas na memória de nossas crianças. Com que cores queremos que eles pintem os retratos de sua infância? 

Que em 2013 nossos filhos possam usar todas as cores que quiserem e como quiserem para colorir os seus e os nossos dias!

Por Tatiana Clébicar - colaboradora da Petit Polá no Rio de Janeiro

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