segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Cyberbullying: quando a internet vira um inferno


"Se desejamos alcançar uma paz real no mundo, temos de começar pelas crianças." (Gandhi)

A palavra vem do inglês e quer dizer valentão. O bullying é um conjunto de atitudes agressivas, repetidas e intencionais, praticadas por uma ou muitas pessoas e executadas dentro de uma relação desigual de poder. Acontece na escola. Acontece na internet. E acontece na vida de muita gente. O que sempre me espantou na questão é a violência absurda que extravasa nestas situações.

Quem não conhece alguém que sofreu bullying? O designer MR, 50 anos, (nome protegido a pedidos) sofreu durante toda a infância porque, a uma determinada altura, alguém inventou que ele era “bicha”. Numa fase em que sexualidade está em alvoroço. Ele se virava em muitos para mostrar que namorava, gostava de meninas e tal. E os valentões, claro, continuavam com a “brincadeira”. Claro que o constrangimento era gigantesco. Só que o menino virou homem, casou e teve filhos. E a história ficou marcada a fogo na sua memória.

A questão, explica a psicóloga Yara Werneck, da PUC-SP, é que todos somos capazes de suportar um ou outro revés. Mas a repetição diária destas atitudes pode trazer problemas para a saúde e mente das crianças e adolescentes. De síndrome do intestino irritável (diarreias causadas por estresse) a depressão, ansiedade, síndrome do pânico, suicídio… o espectro de consequências é grande.

O pior é quando a tecnologia – que, sim, é bacana e coloca muitas informações importantes sob nossos olhares – espalha o comportamento. Atrás das muitas telas (computador, celular, tablet), algumas pessoas acham que podem tudo. E limites são conceitos mais que abstratos para crianças e adolescentes, não é?

Incitar a violência contra as mulheres, homossexuais e negros. Discriminar alguém por conta de uma escolha – que seja o corte do cabelo, partido ou religião. Ou por causa do peso, sair com piadinhas. Tudo isso são formas de bullying que podem acontecer no Facebook, no Instagram e através de mensagens de texto.

O melhor a fazer, em qualquer caso, é que denunciar, falar disso. Quando acontece na internet, o primeiro passo é não falar muito nas redes sociais (e não dar o link). Depois, corra para a Polícia Federal e denuncie em Crimes de Ódio. Eles tomarão as devidas providências. O Safernet   também recebe denúncias – e age em parceria com a Polícia Federal.

O conselho é: jamais deixe um abuso passar em branco. Apoie seu filho, dê atenção e ensine: respeito é bom e todo mundo gosta.

Por Luiza Freitas - Discovery Home & Healthy

Nenhum comentário:

Postar um comentário