sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Mães cariocas dão suas opiniões sobre o fim do tradicional método de seleção “vestibulinho”


Dando continuidade a série de posts, a Petit Polá conversou também com mães de ex e atuais alunos de alguns dos melhores colégios do Rio de Janeiro, que tiveram que mudar o método de seleção há alguns meses. 

Mãe de uma ex-aluna, que atualmente cursa medicina, Elaine Donner diz que apesar de sempre ter tido vontade que Carolina estudasse no Colégio Santo Agostinho, nunca colocou esse desejo como prioridade na vida da filha. “Deixei bem claro que era um teste porque não havia vagas para todas as crianças e se ela conseguisse se classificar seria ótimo, mas caso contrário, não haveria problema algum, pois eram muitas crianças fazendo a provinha e existiam vários outros colégios, tão bons quanto aquele”, conta. Elaine também recorda que na época, explicou para Carolina que todo adolescente fazia provas de vestibular para entrar na Universidade e ela futuramente, teria que fazê-las também. “Faz parte da vida ganhar e perder e isso tem que ser bem explicado desde cedo para evitar frustrações em nossos filhos”, frisa. 

Quanto ao método de seleção, ela acredita que o vestibulinho é sim o melhor. “Cada colégio tem um perfil e muitas vezes, apesar do desejo dos pais, a criança não se adapta ao método utilizado e acho que os testes apesar de não serem 100% certeiros, nivelam a turma para melhor aproveitamento geral. Por que proibi-los se a criança ou o adolescente, obrigatoriamente, terá que enfrentar muitos outros testes e provas em sua vida futura? Devemos sim preparar nossos filhos para a vida, para saber ganhar e perder. Ou será que as vagas das Universidades também serão conseguidas através de sorteios? Esse sim é para mim um método injusto, já que a vida não é feita de sorteios”, finaliza a mãe. 

Renata Runco é mãe da Beatriz de 6 anos, que está no primeiro ano do ensino fundamental do Santo Agostinho. “Duas vezes por semana ela tinha aulas preparatórias que a ajudaram muito a fazer a prova de seleção. Tarefa de casa, horário, compromisso com a dinâmica das aulas nunca foram um problema para ela. Não estava preocupada se ela passaria ou não. Claro que queria! Mas vê-la feliz, compromissada e interessada em seu processo de aprendizagem, era muito mais importante. Passada esta etapa, percebo o quanto foi importante toda a preparação. Já alfabetizada, esta muito bem adaptada a rotina de sua escola”, conta.  

Renata também acredita que o vestibulinho não deveria ser abolido como forma de seleção nas escolas cariocas. “Deste modo era possível filtrar as crianças que não tem o menor perfil de estar na escola”, destaca. Para ela,o sorteio permitirá o acesso mais fácil de pessoas que não se enquadram no método dos colégios. “Como estas crianças reagirão? Conseguirão acompanhar? O que a Beatriz aprendeu não foi só para fazer a prova, vejo que foi para o dia-a-dia da sala de aula”.

Jane Giglio, mãe da Catarina, a preparava para o vestibulinho desde abril tendo duas aulas particulares por semana. “Ela evoluiu muito por conta do preparatório, tanto na questão de conteúdo, que deslanchou na escrita e leitura, quanto no lado emocional, que se tornou mais autônoma e segura”, conta. Por isso, Jane decidiu continuar com as aulas mesmo depois da decisão do Ministério da Educação de colocar um ponto final nos “vestibulinhos”. “Entendemos que ela está sendo preparada para o ensino fundamental e não somente para uma prova. O preparatório despertou na Catarina o gosto pelo saber, pelo estudo. E isto não tem preço. Ela adora as aulas e nós também”, diz. 

Jane é a favor do antigo método, porque acha necessário assegurar o nível do colégio, tanto educacional quanto de informação. “Na minha opinião, só devem entrar as crianças que se identificam com o estilo da escola que está diretamente ligado ao estilo da família e da sociedade onde vive. Por isso sou contra o sorteio, pois ele tira a chance de quem realmente quer estudar lá”, frisa. 

Mãe do Hugo e da Nicole, Patricia Marassi veio de uma família tradicional, onde o ensino foi em um colégio de freiras. “A escolha pela escola foi a mais difícil, pois não sabíamos se dávamos a eles um ensino como o nosso ou partiríamos para algo diferente. Após conversar com muitos familiares, amigos e conhecidos decidimos colocá-los numa escola que desse a eles o que nos foi ensinado”, conta. 

Depois de conhecer várias escolas – com vários métodos de seleção -, Patrícia optou por um colégio que tinha o “vestibulinho”. “Meus filhos não sofreram com a preparação. Não passei para eles o que realmente representa, pois eles são crianças e não sabem dimensionar isso. Apenas os informei que iriam fazer alguns exercícios e eles sempre gostaram. No dia da avaliação, apenas pedi para prestarem atenção e que fizessem o que pedissem. Não coloquei nenhuma pressão, mas é claro que dentro de mim, meu coração estava aflito!”, relata. 

Para Patrícia, os pais devem escolher a melhor escola para o seu filho, mas isso nãosignifica que é a mais forte, a mais procurada ou a que vai exigir mais dele. Segundo ela, a melhor escola é aquela que seu filho se adapte, se enquadre dentro dos padrões de vida da família e que atenda a expectativa da criança e dos pais. “Preparar a criança para a avaliação ajuda os pais a saber se a criança está apta para tal escola ou não. Eu voto a favor dessa opção, pois isso facilita os pais a encontrar um melhor caminho para o seu filho”. 
Quanto ao sorteio, Patricia acha bom para quem entra, mas fica a dúvida em relação a se a criança vai se enquadrar aos padrões da escola. “Caberá aos pais um olhar mais atento nesses primeiros anos, o seu comportamento será a prova de que as coisas estão indo bem ou não”, finaliza. 

E você? Concorda com as opiniões das mães que o “vestibulinho” era o melhor método de seleção dos colégios cariocas? Dê a sua opinião!

Por Amitiés – Gestão e Informação

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